“Um livro leve, que mostra os desafios reais de quem implementa políticas públicas de educação e a teoria que colabora para o entendimento das ações”. Esses foram os comentários do estudante Éder Rocha Coura sobre o livro “Políticas Educacionais no Brasil: o que podemos aprender com casos reais de implementação”. Ele cursa o 7º período da graduação em Administração Pública na Fundação João Pinheiro, em Belo Horizonte (MG). Na disciplina “Liderando a Mudança em Educação Pública”, ele e sua turma baixaram o livro em PDF discutiram sobre o histórico das políticas educacionais no Brasil, os perfis de liderança, as teorias da administração pública e cada um dos seis casos das secretarias estaduais e municipais de educação apresentados.
A disciplina foi ministrada por Felipe Michel Braga, um dos autores e organizadores do livro (para conhecer outra possibilidade de uso da publicação em sala de aula, veja como a pesquisadora Sabine Righetti realizou seu planejamento). Para as duas últimas aulas do curso, o educador escolheu como ponto de partida o capítulo “Aprendendo e ensinando com casos de educação”, escrito por Márcia Miranda Soares (Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG). Braga ressalta que esse texto favorece a discussão sobre formas ideias da implementação, tempo da maturação das propostas e o impacto do contexto local. “Foi interessante notar como os estudantes relacionaram essas questões com os casos estudados no livro, ressaltando os atores que aparecem com mais frequência, por exemplo, o papel do sindicato. De um lado, o corporativismo e a resistência a mudanças, de outro, a representação de classe e a defesa dos interesses dos professores”, conta o autor.
Para complementar as aulas, Braga apresentou também um caso da política pública do estado norte-americano do Tennessee. “Minha intenção foi mostrar como ocorreu o envolvimento dos interessados na proposta dos Estados Unidos e possibilitar que os alunos comparassem os desafios enfrentados no Brasil e no exterior”, diz.
Metodologia e aprendizagem
O autor avalia que o resultado do semestre foi positivo: “Os conteúdos impactaram na aprendizagem da turma e isso pode colaborar para que implementem boas políticas no futuro. Notei que a metodologia favoreceu o envolvimento dos estudantes, mesmo daqueles que não participam com frequência”, conta. Éder complementa com seu ponto de vista de estudante: “Na graduação, estudamos políticas de diversas áreas, mas nessa disciplina tivemos como aprofundar os conhecimentos de educação, verificando como muitos fatores interferem nas ações e nos resultados, como a participação dos três entes da federação, o financiamento e a legislação”, diz.